terça-feira, 28 de outubro de 2008

Chapter 2 " Ir ou não ir? eis a questão"

ir ou não ir?eis a questão



...A necessidade de nós , o ser humano se sentir desejado é inevitável, falo por mim em especial, o facto de saber que alguém nos deseja, nos admira, ou mesmo nos cobiça, seja a nível amoroso ou profissional, dá outro animo à vida. Mas sinceramente vale a pena nos esforçarmos por isso?


Recentemente, e infelizmente tive uma grande perda na minha vida, e talvez em relação a essa questão não tenho sido uma pessoa exemplar nem racional, quando alguém nos falta na nossa vida, fica um vazio enorme, não conseguimos pensar como vamos seguir em frente, o que vamos fazer para esquecer? Simplesmente não dá!! Mas temos que aprender a lidar com isso, e o facto de ser impossível esquecer, não quer dizer que isso signifique sofrer, penso que se sentimos saudade e porque algo no passado foi bom.


À parte de tudo isto, e voltando à tal necessidade de nos sentirmos desejados, será que vale a pena fazermos com que nos desejem? De alguma forma criar-mos condições para isso?


Recentemente, tenho falado com uma pessoa no messenger que conheci à cerca de um ano num site de fotografia, vou-lhe dar o nome de “Fátima”, pelo que conta , Fotografia é apenas um hobbie , e a sua profissão è escritora, escreve romances e poesia erótica, está nos 40 anos e vive só em Leiria. È alguém que adora vinho e whisky velho, é depressiva, tem crises de identidade chegando a afirmar que tem duas personalidades , que se “ “““transforma” numa mulher extremamente sensual e que está disposta a realizar aquelas fantasias que todos guardamos no baú.

Em conversa surgiu a ideia de um dia fazermos um passeio fotográfico em Leiria, ela disse que excepcionalmente me daria o seu numero de telefone e combinávamos o tal passeio, e que poderia até ficar passar a noite em casa dela uma vez que ia de comboio, regressava na manhã seguinte. Claro que o meu primeiro pensamento foi igual ao do “ rock in rio” EU VOU, pois ( e sejamos sinceros) fazer um passeio fotográfico e passar a noite em casa de alguém que poderá se transformar em alguém que nos realize todas as fantasias até que não é mau, não será assim?


Mas depois pensámos:

são riscos calculados? Ou riscos à toa?”


Bem, se pensarmos vamos encontrar mais razões para não ir do que ir. Por outro lado, é tão bom estas “aventuras” , alguém que nos provoca, e cria condições para fazer justiça à sua palavra.


Por outro lado, podemos pensar no lado menos bom da coisa, e refiro-me ao facto de não a conhecer para alem do “virtualismo” , ela tem indicadores que me intimidam , até me assustam, a questão da dupla personalidade deixa-me de pé atrás, pois chegam-me imagens à minha mente de tudo de mau que pode acontecer, uma vez que o mundo está cheio de má gente... exageros meus, talvez , mas não quero ir para Leiria a pensar que vou ter uma noite excelente de loucuras e acordar no dia seguinte numa banheira com gelo e sem um rim! Sim, que exagero, mas não era o primeiro! Também poderei ter uma noite sem qualquer perigo, e depois sentir o tal vazio, sentir que fiz aquilo tudo para tentar tapar um buraco que ainda me falta, mas no final ele continuou aberto.


Em suma, e depois destas ponderações , acho sinceramente que não vai haver o passeio, nem a tal noite, falta muito na nossa ligação , falta tomar uns cafés, falta a fase da conquista, falta acima de tudo confiança, e esta é muita valiosa e temos que ser merecedores de quem a nos deposita.


Na verdade, sinto falta de alguém , de estar com alguém , não para substituir o que perdi, pois como um dia alguém me disse:


O nosso coração é grande, cabe lá muita gente, se quisermos.”


28/10/08

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Chapter 1 "Porto-Aveiro"



Pois é, e após quase 2 meses cá estou eu no urbano das 7:14h “Porto-Aveiro”. Estou pra' aqui a escrever mas nem sei bem o quê, tenho à minha frente uma rapariga que parece interessante, alternativa e com personalidade, entre os seus 23 a 25 anos, morena, lábios carnudos, óculos assim à actriz porno que faz de secretária . Digo isto pois ela está sentada, com um portátil, e está no seu mundo, não olha para ninguém , não fala para ninguém Pela forma de vestir, um pouco gótica talvez, usa sai preta abaixo do joelho e um casaco com um pentagrama , embora discreto. E estou a pensar:

que tipo deverá ela ouvir?” Será mais na onda “old school” , tipo Sisters of mercy e Paradise lost ? Ou mais “new wave” , tipo Tokio hotel ?

Sinceramente, e não o porquê, mas mesmo após 25 anos continuo a avaliar pessoas pelo que ouvem, e será que está correcto? Será que alguém que ouve Tony Carreira, merece que eu exclua da minha “ Sociadade”?! Bem, o que é certo é que o faço, e não me sinto bem com isso, não é que não fale com essas pessoas, quando digo excluir, é que não faço planos de estar com alguém que não seja musicalmente compatível, porque já tentei e não dá mesmo. Concordo com o que o Sr. Rui Veloso canta “Não se ama alguém que não ouve a mesma canção”, e pronto, não há volta a dar.

Eu sei, isto não soa nada bem, mas que posso fazer? Sou um bocado estranho, são estas pequenas coisas que fazem a diferença, para mim, claro!


Nisto, e voltando à menina que vai sentada à minha frente, que lhe vou chamar de Verónica , não sei porque , mas tem cara disso. Vem o revisor , e a Verónica entrega-lhe o bilhete, e aí houve o tal contacto visual, e realmente tinha uns olhos não demasiadamente tratados, digo isto porque não gosto de mulheres maquilhadas, gosto de coisas simples, e ela tinha apenas rimel, mesmo com óculos (que não desgosto) , deu para ver que tinha uns olhos bonitos, grandes e meios cinzentos. Foram uns bons “ 2 segundos” …


A “Verónica” , regressa ao seu mundo onde nada lhe tira a atenção, e eu regresso ao meu mundo, liguei o meu Ipod , coloquei a musica adrift and at peace e adormeci.

Acordo, já em Aveiro, e vejo a Verónica já de saída, sem óculos, e o que tinha dito confirma-se , mas que olhos...


E vi-a ir embora e pensei , “mas o que será que ela ouve?”


27/10/08