domingo, 8 de março de 2009

Chapter 13- parte 2


Leaving Hope



Subitamente, sinto falta de toda a gente, a tua a deles, de todos aqueles que por mim – por nós – passaram ao longo deste tempo todo. As pessoas que mesmo no antes e no depois persistem, se ausentam mas não desaparecem. Algumas – poucas – de facto, continuam cá, e fazia sentido que cá estivesses, no meio destas pessoas, que não, não me refiro a Michelles, mas sim, pessoas de verdade. Subitamente, sinto-me – assim como a música – não direi triste mas um pouco sem esperança... Há dias que me sinto como uma puta velha, enfraquecida, tal como o piano que enfraquece à media que aquele suave coro teima em não aparecer, sinto-me desolado pelo facto de pensar demasiadas vezes no que gostava de fazer mas estar preocupado com o que tenho para fazer.


A música, quanto a mim, tem um poder enorme, algo que única e exclusivamente apenas o faremos dentro da música e nunca fora, que é transportar no tempo, haverá auxiliar de memória mais eficaz? Tal como esta música, ouço o álbum Still de Nine Inch Nails e de repente estou em 2006, a chegar a Coimbra B onde estavas lá tu à minha espera, de sorriso rasgado, e me abraçavas como se os dois dias que estive de folga fossem dois anos, sinto ainda essa intensidade. Sinto esse álbum, grande, diga-se, como se fosse uma viagem Porto-Coimbra, separo as músicas quase como estações, entrava em Campanhã e ouvia a Adrift and at peace , ao chegar a Espinho já estava na tão negra Gone,still ao chegar a Aveiro ouvia a única musica que não é instrumental And all that could have been já a chegar à Mealhada, ouvia a Persistense of loss e já quase perto de ti e para finalizar de forma tão bela com uma música tão triste Leaving hope. A este mini álbum devo tão boas recordações, álbum que de mini, não tem nada, é grande em todos os sentidos, que é preciso abertura de espirito para o ouvir como deve ser e que por ironia do destino, me identifico tanto com ele...


Sinto falta de todos aqueles – mais de ti, claro – que desde a minha saída do Porto, ora durante as músicas das minhas viagens, ora na simples música que passava num bar qualquer em que por entre todo aquele ruído de conversas cruzadas e de copos a partir eu parava por momentos, e recordava aquele momento que já passou mas que uma simples música imortalizou. Por ti amor, deixaria o meu outro amor, a minha outra mais que tudo, a música. Mas recentemente, cheguei à conclusão que é impossível, pois esses meus dois amores – já dizia o Marco Paulo – andam de mãos dadas, toda aquela música que eu não ouvi mais, agora ouço-a, embora triste, embora revoltado, são as melhores músicas dos melhores tempos, em que eu e não a música, te dava a mão para todo lado, em que a música era o culminar perfeito, era a cereja no topo. Tempos esses que não voltam mais – nesta vida – mas, nesse tempo, e durante todo esse tempo eras tu o meu álbum perfeito, o meu clássico, a minha compilação com mais de 17 músicas, o meu pop rock sonhador, mais que o número 1 da Billboard, eras o número 1 da minha vida.


...E para que fique registado uma vez mais: Amo-te.

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