sábado, 18 de abril de 2009

Chapter 23

E-mail #1



Quanto tempo é preciso para duas pessoas chegarem à conclusão que ambas estão a pensar no mesmo?Segundos, três para ser exacto, até que vi que não vai ser nada fácil estas duas semanas. Três pequenos segundos da tua ausência em que reflecti e que aproveito para dizer o que no fundo não sabes mas desconfias: que gosto de ti. Mas muito, algo grande, algo à largura, ao quadrado, algo que se eu tivesse que medir ao metro quadrado daria para fazer um shopping como o forúm. Como vês, eu estou – como se diz na gíria – apanhadinho por ti. E o que estávamos nós a pensar em comum?Bem, pela tua cara foi óbvio, estás apanhadinha por mim. Aposto até que choraste quando o comboio partiu, esse merdas, que me levou dos teus braços. Não te censuro meu amor, só não chorei porque o alfa ia cheio, juro.


E para que fiques ciente, em pé de igualdade comigo... Eu estou tão na tua mão. Podes-me torcer todinho, podes até fazer-me uma revista à PJ que certamente irás encontrar algures um papelzinho a dizer: “gosto de ti”. Porque gosto mesmo, e não, jamais será em vão. Sabes porquê? Porque este mês podia ter sido mais um Junho, mais um mês quente, mais um mês qualquer, mas não! Foi simplesmente, o melhor mês da minha vida.


Gosto muito de gostar de ti, minha hippie com a depilação em dia. Gosto tanto da tua franja torta, do sinal que tens no lábio, das tuas mãos de nenuco, da tua traseira de competição. Gosto da forma que me fazes sentir – apaixonado. Gosto da forma em que paro no tempo e penso no que me estou a tornar, e sinto-me melhor, com vontade de expressar esta felicidade que transborda de mim como pipocas, daquelas caseiras que metade apenas ficam milho no fundo do tacho. Sinto-me às vezes nas nuvens, e digo-te amor, elas são feitas de algodão doce. Só te digo a ti pois ninguém ia acreditar em mim, em tamanha loucura. E já chega de paneleirisses, liga-me quando leres isto, mas só de tarde, pois fui para os copos com um grupo de Suecas de pernas longas e é provável que durma até tarde.


Beijo do teu mais que tudo – espero eu.





Julho – 2006 

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